
Fruto da parceria entre os projetos Quebrada Alimentada do Mocotó, Cozinhas Solidárias do MTST e Instituto Capim Santo, espaço distribui refeições diariamente e vai formar pessoas da comunidade com cursos de gastronomia
Após 1 ano e 4 meses de obras, a Cozinha Solidária Jardim Julieta acaba de ser inaugurada na ocupação homônima, localizada na zona norte de São Paulo, a aproximadamente 1,5 km do restaurante Mocotó. Concebida em conjunto pelos projetos Quebrada Alimentada e Cozinhas Solidárias do MTST em parceria com o Instituto Capim Santo. A iniciativa contou com inúmeros parceiros, que apoiaram com mão de obra, materiais de construção e equipamentos de cozinha, além das doações recorrentes de alimentos.
O Instituto Capim Santo, em parceria com a Quebrada Alimentada, está liderando a gestão administrativa e operacional da Cozinha Solidária no Jardim Julieta, fortalecendo a segurança alimentar na região. O Instituto atua na parte de estruturação e profissionalização dos processos, garantindo a eficiência na produção e entrega de refeições nutritivas. Essa colaboração reafirma o compromisso de ambas as organizações com a inclusão social e o bem-estar da população, utilizando a gastronomia como ferramenta de transformação.
Segundo a historiadora e pesquisadora Adriana Salay, idealizadora do Quebrada Alimentada ao lado do chef Rodrigo Oliveira, o serviço do espaço já começou, com 150 refeições diárias preparadas e entregues por uma equipe de três mulheres – uma coordenadora, uma cozinheira e uma ajudante de cozinha. A partir do mês de abril, o número cresce para 500 refeições por dia, com a chegada de mais duas auxiliares de cozinha para compor o time.
“Nosso trabalho pela Cozinha Solidária Jardim Julieta é a continuidade e ampliação do que o projeto Quebrada Alimentada tem feito há 5 anos”, explica Adriana. “As cozinhas solidárias são formas coletivas de solidariedade que promovem acesso à alimentação de qualidade e desonera a mulher da obrigação do trabalho não remunerado de cuidado. Não há saída individual para problemas coletivos”, sublinha.
“À frente do Instituto Capim Santo, que ao longo de 15 anos vem ajudando a transformar a sociedade por meio da gastronomia e já produziu e distribuiu mais de 2 milhões de refeições desde a pandemia, entendo o impacto positivo que um projeto como o Cozinha Solidária pode ter em uma comunidade. Desde a primeira ligação da Adriana Salay, já entendemos o quanto essa parceria seria um sucesso no que se refere a trazer dignidade à vida das pessoas através de uma alimentação saudável, nutritiva, saudável e saborosa. É uma história linda que se inicia e que temos certeza irá durar por muitos anos”, afirma Morena Leite, fundadora do Instituto Capim Santo.
“Com o Quebrada Alimentada, que é a semente disso tudo, nossa maior motivação foi entender que a gente podia entregar, com cada porção de alimento, também uma porção de dignidade”, complementa o chef Rodrigo Oliveira. “Erguer a Cozinha Solidária foi um feito de muitas mãos e muitos corações, mas a força principal veio da própria comunidade e ganhou respaldo na Adriana. Ela foi a grande catalisadora dessa obra e conseguiu reunir parceiros de todas as esferas e tornar esse sonho realidade”, conclui.
